Li no Omelete que finalmente o primeiro box de DVDs contendo episódios do Jaspion estava para ser lançado no Brasil. “Quer saber? Vou comprar!”, e o fiz através da pré-venda de uma loja on-line. Logo em seguida, fiquei pensando: “esses seriados de heróis japoneses são toscos pra caramba, mas não consigo deixar de gostar”.
É a mais pura verdade. Quando eu era pequeno, assistia Jaspion, Jiraya, Changeman e até o “tosco-mor” Lion Man na finada TV Manchete. Não costumava perder nenhum episódio, especialmente de Jaspion. Deste último eu tinha camiseta, espada de plástico, fita K7 (pirata) e até uma máscara com um elástico que arrebentava a todo momento. De tarde, não era muito difícil me ver gritando “gigante guerreiro DAI-LE-ON” no quintal de casa…
Mas, o tempo passa, a gente cresce e o senso crítico se desenvolve. Daí começamos a dar importância ao zíper da roupa de borracha do monstro, aos prédios feitos de papelão ou isopor, à cordinha quase invisível que faz o herói flutuar ou dar saltos gigantescos, às brechas do enredo e por aí vai.
No entanto, apesar da “descoberta” de tantos “defeitos”, eu não consigo deixar de gostar desses seriados japoneses por um motivo que sempre falou mais alto: o fator diversão. Ou, ao menos, a lembraça do fator diversão.
Não é por acaso que decidiram lançar os episódios de Jaspion em DVD depois de tantos anos. Não são as crianças de hoje que vão comprá-los, mas as crianças de ontem, o que reforça a minha desconfiança de que ser adulto, às vezes, é apenas um ponto de vista. Ainda bem
Ao som de Dark Moor – Swan Lake.
Emerson Alecrim